Conto as teclas. Conto os números, as letras, os símbolos, conto quantas combinações são possíveis.
Tem sido assim a minha busca por amontoados de palavras que expliquem ou expulsem de mim o que tenho vivido.
Não que tenha sido ruim. Mas precisa ser ejetado...
Meu corpo é um barco. Tem dias que ele acorda furado e entra muita água... o barco vira, seus tripulantes engolem muita água, os mapas se perdem, as lunetas, os tesouros, as sereias...
Vez ou outra o barco amanhece forte. A água das ondas não alcança as bordas e...
Também tem dias que o barco fica vazio... e dá pra ouvir a melancolia das ondas quebrando sozinhas.. levando-o para onde o olho não alcança... no coração do oceano.
Existe um tripulante no barco que eu vivo tentando proteger da fúria do mar.
Ele chegou a pouco tempo e não sabe lidar muito bem.. Não quero que ele vá embora, mas... com certa frequência seu olhar me questiona. Porquê tanta segurança? Assim ele se atira contra as ondas e sorri.
Sorri.
Um sorriso bonito, branco. Paz.
No meio do meu desespero em tentar colocá-lo de volta a bordo, lá está a paz. O branco, o vívido sorriso.
De repente muita água me invade a boca, tento abrir os olhos e as bolhas sobem todas correndo, saindo de mim. Vejo uma superfície azul se aproximar e aquele susto quando num beijo... ele me desafoga e me leva pra longe do mar.
6 comentários:
Giovanaa, eu amei. Sabe, me vi ali nas tuas linhas. Todas.
Post perfeito, perfeito**
Beijoo'os
http://flores-na-cabeca.blogspot.com
respondendo: quando for a pessoa certa: 1º você vai saber; 2º ela não vai parar de te levar Halls.
Olá!
Foi um grande prazer conhecer seu blog.Aproveito meu tempo para navegar e ler textos e poemas feitos por pessoas que gostam de escrever.
Que bom que você é uma delas.
Grande abraço
se cuida
que lindo. que lindo... lindo!
pra exorcizar, basta escrever...
ótimo texto.
Postar um comentário