quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Essência estranha - Parte II

Baixei os óculos escuros e , meu Deus , como me doíam os olhos ter certeza de que era mesmo Agatha passando por aquela rua por onde eu passo diariamente. Agora aquela rua seria para sempre a Avenida Agatha,pelo resto dos meus dias eu me lembraria daquele caminhar desinteressado , os sapatos gastos e aqueles olhos , culpados pela minha insônia das duas semanas seguintes.

Olhar para Agatha era como ser atropelado.É algo que você nunca espera , e de repente atravessa a rua falando ao telefone e , BUM , um caminhão enorme quebra quase todas as combinações de ossos do seu corpo. Era exatamente isso que Agatha me fazia sentir.
O gosto do meu sangue saía desses ossos trincados e vinha me atormentar nos lábios , o mundo em volta continuava igual , mas não você se olhasse pra ela , era como possuir dali para frente a marca da besta.
Ou qualquer coisa que soe um pouco menos maldita quanto isso.

Aquele dia para mim foi como um renascer de algo que a muito eu não fazia , desde criança talvez , : perseguir mistérios. Nesse caso , pessoas.
Quando me deitei , depois de comer , tomar banho , despir me das vestes pesadas e colocar algo bem largo e velho para dormir , olhei para o teto do quarto com o desenho da luz do abajour e pude ver seu rosto ali outra vez . Era como se minha cabeça não quisesse que eu a esquecesse por nada!
Me virei para o lado que me faz pensar melhor , segurei o fio do abajour e fiquei ligando e desligando , luz , escuro , luz , escuro , liga , desliga . Senti-me patética , desliguei de uma vez e tratei de dormir.

Na manhã seguinte , obviamente enfiei qualquer trapo no corpo e voei para o café em que estava no dia anterior quando a vi , na esperança tola de vê-la naquele lugar outra vez.
Mas não pude ser atropelada pela minha Natasha.
E isso me forçava a partir para uma busca mais ... avançada.
Quando voltei para casa a tarde , peguei o telefone e disquei para Brendon , o pai dele é detetive.

{continua}

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